A vigorexia é uma doença que pode passar despercebida por muita gente.
Isso porque a necessidade por construir o shape perfeito, ter músculos grandes, pode ser encarada como ‘mera vaidade’.
De certa forma, é verdade, o problema é quando passa da questão de ‘vaidade’ e vira obsessão.
Porque é aí que mora o perigo para quem sofre de vigorexia.
A pessoa vai fazer de tudo para ter o corpo perfeito, prejudicar a saúde e nunca estará satisfeita, pois sempre vai encontrar um defeito.
Lembra de Kiril Tereshin, de quem falamos recentemente? Ele sofre de vigorexia.
Para você entender melhor sobre a doença, contamos com a ajuda do nosso atleta, e também psicólogo, Vinicius Santiago (CRP/133979) para elaboração do post.
Se liga:
Vigorexia: conheça a doença que afeta diversos bodybuilders
O que é?
Vigorexia é o termo usado para Transtorno Dismórfico Muscular, que se enquadram a anorexia, bulimia, entre outros.
A principal característica dessas doenças está na busca por defeitos pequenos, até inexistentes, na aparência física.
As áreas comuns para possíveis imperfeições são: pele (acne, oleosidade), face, calvície, nariz, boca, seios, genitais e dentes (tamanho e proporção).
No caso da vigorexia, bulimia e anorexia, a área é o próprio corpo e seu tamanho, caracterizada pela subestimação do tamanho ou força corporal.
A vigorexia foi descrita pela primeira vez em 1993 pelo psiquiatra Harrison G. e colaboradores.
Eles estudavam a relação do o uso de esteróides anabolizantes em homens que frequentavam academias de musculação em Boston.
Assim, a doença foi descrita como vigorexia, ou ‘anorexia reversa’, pois compartilha das características comuns, porém, com sintomas inversos.
Qual a causa?
A causa ainda é desconhecida, mas fatores biológicos, psicológicos e sociais podem estar envolvidos.
Estudos feitos apontam que sujeitos que sofrem desta doença têm uma percepção de menos amparo por parte dos cuidadores (mãe, pai, família).
Além de bullying por parte de colegas na escola.
Os sintomas
Alguns dos sintomas relacionados à vigorexia são:
- Preocupação excessiva com aparência
- Olhar para o ‘defeito’ obsessivamente
- Negligenciar aspectos importantes da vida (trabalho, saúde, família)
- Fixação ou rejeição a espelhos
E como quem treina sempre visa construir um shape bacana, definido, se sofrer desta doença, pode se auto-sabotar de uma maneira muito perigosa.
Além de Kiril Tereshin, essas outras pessoas também foram longe demais ao tentar alcançar o corpo perfeito.
Isso porque ela injetaram Synthol, que não tem nada de anabolizante. É um óleo que causa essa falsa impressão e deforma seu braço.
E como ela afeta quem treina?
Bom, como você viu acima, muitos que sofrem desta doença acabam apelando para todos os meios de ficar maior, ‘mais bonito’ aos olhos.
O problema é que acabam abusando de anabolizantes e produtos como Synthol, que deforma o corpo e só deixa ele mais feio.
Mas não só isso, a aparência física é definida como a aparência externa de uma pessoa diante da imagem corporal, construída na mente do indivíduo.
A visão dupla dos indivíduos (externa e interna), muitas vezes não está ligada à realidade, o que faz a pessoa acreditar que não está de acordo com os ‘padrões’ de beleza.
Então, estas pessoas acabam treinando não pelo bem-estar, mas pela aparência, para ‘reparar erros’, como achar que está engordando, que está com o corpo desproporcional.
O tratamento
A avaliação da vigorexia é feita mediante uma entrevista com história geral e psiquiátrica do paciente.
Um exame físico também pode ser necessário em casos que há atenção especial nos sintomas e sinais para abuso de esteróides anabolizantes.
Além disso, testes complementares são realizados com base nos achados da história do paciente e exploração de seus sintomas.
Antes de iniciar o tratamento, é necessário envolver familiares e estabelecer uma ‘aliança terapêutica’.
Isso porque muitos não possuem consciência da doença. Medicamentos antidepressivos podem ser indicados dependendo do paciente.
Ou então, pode ser submetido ao TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental).
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
HG Pope Jr., AJ Gruber, P. Choi, R. Olivardia, KA Phillips
Dismorfia muscular. Uma forma não reconhecida de transtorno dismórfico corporal
Psychosomatics, 38 (1997)
Arriaga CPSM, Neto S, Moinho R, Milheiro G, Luz A, Moleiro P. Vigorexia – un caso de autodiagnóstico. Adolesc Saude. 2017;14(1):97-101
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